Efeitos do alongamento em um programa de Pilates na aptidão musculoesquelética: um ensaio clínico randomizado
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Data
2023-05-02
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Universidade Estadual do Norte do Paraná
Resumo
Introdução: A flexibilidade, força, potência e resistência muscular são componentes
importantes da aptidão musculoesquelética, tanto para atletas de diferentes modalidades, ao
impactar no desempenho esportivo, como para não atletas, por impactar no desempenho de
atividades da vida diária. Alguns programas de exercício físico utilizam-se de exercícios
específicos para o desenvolvimento destes componentes na mesma sessão. No entanto, a
literatura científica questiona o impacto dos exercícios de alongamento quando executados
imediatamente antes do treino de fortalecimento muscular. Uma modalidade de exercício físico
que tipicamente utiliza exercícios de alongamento precedendo exercícios de fortalecimento
muscular é o Pilates. Contudo, até o momento, nenhum estudo investigou os efeitos do
alongamento em um programa de Pilates sobre o desenvolvimento de componentes da aptidão
musculoesquelética. Objetivo: Analisar os efeitos do alongamento em um programa de
exercícios de Pilates no desenvolvimento de flexibilidade, força, potência e resistência
muscular. Métodos: Trinta e duas mulheres sedentárias foram randomizadas em dois grupos:
Pilates Tradicional (GPT), que executou exercícios de flexibilidade e de fortalecimento
muscular (n = 16; idade = 27,44 ± 5,70; IMC = 21,64 ± 1,49); e Pilates Não Tradicional
(GPNT), que executou apenas exercícios de fortalecimento muscular (n = 16; idade = 29,00 ±
7,59; IMC = 21,19 ± 1,76). Os protocolos de treinamento com exercícios de Pilates para ambos
os grupos foram idênticos, com a exceção dos exercícios de alongamento, que foram realizados
no início das sessões apenas para o GPT. As sessões ocorreram 3x por semana, em dias
alternados, até completar 24 sessões (8 semanas). O protocolo foi composto por 20 exercícios
para o GPT e 15 exercícios para o GPNT. A progressão de carga ocorreu a cada duas semanas.
Os grupos foram avaliados pré e pós-intervenção por intermédio dos seguintes testes: 1
Repetição Máxima (1 RM) com resistência elástica para extensores e flexores de joelho do
membro dominante, salto vertical, abdominal em 1 minuto, resistência das costas (Sorensen),
força de preensão manual e sentar-e-alcançar. Para análise estatística foi utilizado o teste t de
Student para amostras dependentes nas comparações intragrupos. Para dados não paramétricos
foi utilizado o teste de Wilcoxon. Na comparação intergrupos foi utilizado o teste de covariância
(Ancova) tendo os dados de linha de base como covariável. Para os dados não paramétricos, foi
calculado o delta (Δ) da diferença dos resultados entre a pré e a pós-intervenção e
posteriormente, realizado o teste U-Mann Whitney. O tamanho do efeito foi calculado pelo
Cohens’d. Resultados: Os grupos foram diferentes apenas para o teste de flexibilidade (Δ: GPT
= 4,19 ± 4,76 cm vs. GPNT = 0,81 ± 2,78 cm; d = 0,87; p = 0,035) no momento pós-intervenção.
As comparações intragrupo demonstraram diferenças significativas (p < 0,05) para o GPT e
GPNT na melhora da força muscular dos extensores e flexores do joelho e potência muscular
de membros inferiores (salto vertical), com tamanhos de efeito variando de moderado à grande.
Apenas o GPT apresentou melhora significativa (p < 0,05) intragrupo para flexibilidade, com
grande tamanho de efeito. Conclusão: Nossos achados demonstraram que exercícios de
alongamento em um programa de Pilates, não prejudicaram ou potencializaram o
desenvolvimento de força, potência e resistência muscular em mulheres jovens. No entanto,
apenas o programa de Pilates com alongamento possibilitou a melhora da flexibilidade.
Palavras-chave: Jovens adultos, Desempenho, Aquecimento, Aptidão física.
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Palavras-chave
Jovens adultos. Desempenho. Aquecimento. Aptidão física.